quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Três décadas... E as lembranças?

Nessas andanças da vida que a gente aprende a dar valor as coisas mais simples que nos acontecem. É no dia-a-dia que o cotidiano transforma tudo em enfadonho e corriqueiro, mas é nas pausas para reflexão que percebemos o quanto estamos perdendo.

Num momento como esse, em que comemoro minha terceira década de vida, que fiz uma dessas pausas e percebi que mesmo tendo reconhecido tantos acontecimentos em minha vida que simplesmente não tiveram o valor merecido, que simplesmente deixei passar desapercebido, oculto. E que as vezes por falta de sensibilidade, nem na lembrança ficou!
Se parar para listar todas as realizações que recebi em minha vida prenderia muito de seu tempo nessa leitura, e com certeza esqueceria algo. São tantas realizações em tantas áreas de minha vida, pessoal, profissional, religiosa, tudo.
Hoje estava entrando numa sala para dar aula, muito chateado com o que tinha acabado de acontecer. Orientei aos alunos que iniciassem a leitura do livro paradidático que era para hoje, mas eles sempre percebem que tem algo de errado, e uma das alunas veio me perguntar o que tinha acontecido... Depois de uma pausa em busca da melhor resposta, só consegui dizer que não havia acontecido nada e pedi a ela que retomasse sua leitura. As vezes a sensibilidade dessas criaturinhas que me acompanham todos os dias e que me conhecem tão bem me surpreende. Talvez me conheçam tanto, tanto, que chegue a ser mais do que eu mesmo.
De uns meses para cá tenho percebido que minha vida tem mudado e que algumas definições estão cada vez mais latentes. Já não posso mais adiar meu progresso e ascensão. O futuro bate à porta e não espera a gente abrir, chega, entra, e muda nossa vida. Não quer saber se estamos preparados, só muda! A única
coisa que nos resta é preparar as mudanças para que elas tomem as direções que desejamos e não sejamos surpreendidos por elas. Demorei para aprender isso, mas sei, hoje eu sei, o quanto tudo o que fiz até hoje foi importante para ter chegado onde estou. E da mesma forma, tudo o que deixei de fazer, soma-se e resulta na vida que tenho hoje. O que está bom é consequência de uma preparação bem direcionada, o que ainda não está bom a causa é a falta de preparação.
Já escrevi várias vezes aqui sobre as mudanças, o quanto elas são importantes, o quanto precisamos delas em nossas vidas, mas no fim das contas podemos e devemos preparar-nos para elas. Levei três décadas para me dar conta disso, e só eu posso imaginar tudo o que perdi. E acreditem, não foi pouco...

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