domingo, 13 de março de 2016

VOLTAR, FICAR E FAZER



Diante de tantos questionamentos que vivenciamos nesses últimos dias uma nuvem trouxe uma tempestade de situações que me afetam diretamente e trouxeram uma aflição nem um pouco desejada. Minhas falas recentes em mudanças e em sua necessidade nunca foram tão gritantes e absolutas como nesse momento. Vivo uma vida de alegrias e de vislumbres que me trazem prestígio profissional, mas nunca os de outrora que marcam minha história e embeleza minha biografia. O momento é outro, as dificuldades são outras, as necessidades são outras. Um questionamento essa semana, mesmo que transformado de supetão, me levaram à uma reflexão e conclusões infindáveis.
Numa das aulas dessa semana eu tive a oportunidade de falar aos alunos, numa aula de geografia, sobre a formação da estrutura geoeconômica brasileira com o passar dos séculos. E de início falamos sobre a história econômica de nossa cidade e como aquelas características das décadas de 40 e 50 influenciam até o hoje o modo de viver por aqui. Foi quando um aluno me perguntou porque eu me limito tanto às aulas de língua portuguesa quando meu conhecimento vai além dos limites dessa disciplina. De sobressalto a resposta que me veio é que isso não é nada além do que eu devo saber, faz parte de minha formação e opção como educador. Mas não parou por aí, dias depois uma de minhas colegas de trabalho ouviu minha narrativa sobre minha experiência anterior em educação especial e soltou um sonoro "e você não vai fazer nada?". Os segundos seguintes àquelas palavras me levaram a um novo momento de reflexão e análise. Por que eu estou a tanto tempo distante de coisas que gosto muito de fazer? O que eu realmente gosto de fazer? O que eu realmente faria da melhor maneira?
Depois de dias atormentados por essas perguntas, fomos (os professores da escola em que trabalho) convidados para escrever crônicas para um livro que iremos lançar no final desse ano. Com muita alegria em me ver envolvido em mais um projeto grandioso com colegas e amigos tão preciosos pensei no quanto isso é válido pra mim e no quanto me enriqueço ao participar desses momentos de aprendizados que tanto me deleito. Uma luz acendeu-se e me fez sentir o quão valioso é isso pra mim. Não tem como pensar em mudanças, em progresso sem que minha atuação como educador esteja intrinsecamente envolvida. Eu construí minha história  às margens desse volumoso rio chamado educação. Dentro de todas as suas nuances, de todos os seus desafios, de todas as suas alegrias, e de todas as suas necessárias ações!
Vivenciar momentos que transformam vidas e que fazem com que elas realmente valham a pena é o que eu quero estampado em minha biografia.
Eu ei de voltar para tudo o que o gosto, eu de ficar em tudo o que gosto, eu ei de fazer tudo o que gosto, pois é assim que terei a alegria dos momentos e a felicidade da vida!



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